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Um grande livro que li foi **Walden ou A Vida nos Bosques** de **Henry David Thoreau**. Li-o numa época de transformaçõpes interiores em minha vida. No fim da adolescência, vinha encontrando respostas na busca pela natureza e pela introspecção. Ansiava pela simplicidade, pelo silêncio e pelo meditar. A essas buscas, o livro em questão deu as melhores respostas. A sua história, apresentada na forma de diário, conta do próprio Thoreau e do tempo que ele passou isolado dos grandes centros, vivendo em uma pequena cabana à margem do lago Walden. No livro, o autor conta como fazia suas atividades, que materiais eram necessários para cada coisa, mas, mais importante que isso, ele se devotava com frequência a largas meditações sobre a vida. Ele refletia sobre a sociedade, o homem, a solidão e a natureza. Nessa obra formidável e transformadora, Walden apresenta outra visão de mundo diferente daquela com a qual somos criados. Ele fala da importância da vida e do perigo que as expectativas da sociedade projetam sobre nós. Diz: *A vida que os homens louvam e consideram bem sucedida é apenas um tipo de vida. Por que havemos de exaltar só um tipo de vida em detrimento dos demais?* Ler Walden transformou minha vida num momento muito oportuno. Até hoje, muito do que carrego na forma de sonhos e projetos vem das palavras de Thoreau nesse livro. Por muito tempo, sonhei com minha própria cabana à beira do lago, onde poderia me dedicar à vida como ela é e às meditações solitárias. Certas visões mudaram com o tempo, ou se transformaram, alcançando um equilíbrio com as possibilidades práticas, mas a essência a mim transmitida por **Walden** permanece lá, sempre esperando o momento correto de introspecção para cintilar. *Só quando nos perdemos, em outras palavras, só quando perdemos o mundo, é que começamos a nos encontrar, entendemos onde estamos e compreendemos a infinita extensão de nossas relações.*